elas se acumulam
empilhadas
apertam-se umas às outras
proliferam
multiplicam-se em progressão geométrica
me atordoam, as palavras
elas vêm em jatos
jorram
inundam cada fresta de silêncio
com restos de idéias digeridas
expulsam a música, as ondas, o vento
são gulosas, as palavras
queria um dia - um só dia -
viver livre delas
de seus sons, de seus rumores
ouvir-me emudecida
atenta ao ritmo das vísceras
atenta exclusivamente à melodia do corpo nu
despido de letras
ou à cadência do mar
desprovido de rimas
imagem: juquehy (sp), marcia szajbnok
5 comentários:
Liebe Marcia,
ein wundervolles Gedicht...
ich habe es gern gelesen...
herzlich, Rachel
O mar de palavras te banha sempre tão bem! Beijus
O que é viver sem palavras e rimas então rsrs, boa temática para uma poesia. Muito boa, fico feliz por conhecer teu blog, espero tua visita também!!
Um abraço!!
"Inundam cada fresta de silêncio..."
Que loucura...
"queria um dia - um só dia -
viver livre delas"
Também adoraria
experimentar esse silêncio
- sobretudo o interno.
Um beijo, querida!
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