quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

[há um mar sempre mais fundo...]


há um mar sempre mais fundo

infinito
inunda
como não houvesse bóia
salvação ou ilha
nunca

como predeterminado fosse
destino e morte
mas entre um e outro
ainda se abrisse
a possibilidade
de um recorte

um parêntese do tempo
num espaço inexistente
e nessa brevidade
de toda dimensão apartada
se encontrasse
alguma felicidade
mais consistente
que a ilusão ou o nada

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imagem: Tempestade, Ilka Passos

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