fartas da servidão clerical dos sentidos
lançaram-se ao abismo todas as palavras
reduzidas a migalhas
meras letras desatadas
testemunham a falência irreversível das respostas
morto deus e morto marx
o que será de nós agora
apatetados diante de tantos sonhos mudos?
(pobre lucy!
seus diamantes eram só vidro barato
espatifados ao raiar do novo vírus
nem de tapete serviram para o seu amor passar...)
que fazer desses mal ditos
para que não nos calem as bocas
e sustentem nosso grito?
numa vida sem razão de ser
jogam-se os dados do acaso
nas roletas russas da aposta:
quem é que ousa viver?
lançaram-se ao abismo todas as palavras
reduzidas a migalhas
meras letras desatadas
testemunham a falência irreversível das respostas
morto deus e morto marx
o que será de nós agora
apatetados diante de tantos sonhos mudos?
(pobre lucy!
seus diamantes eram só vidro barato
espatifados ao raiar do novo vírus
nem de tapete serviram para o seu amor passar...)
que fazer desses mal ditos
para que não nos calem as bocas
e sustentem nosso grito?
numa vida sem razão de ser
jogam-se os dados do acaso
nas roletas russas da aposta:
quem é que ousa viver?
Este poema, assim como os próximos nove que publicarei aqui, foram escritos durante o "Sexto Desafio dos Escritores" do Espaço Cultural da Câmara dos Deputados, do qual tive o prazer de participar e a alegria de obter a primeira classificação no gênero Poesia.
Visite o site do Desafio: http://desafiosdosescritores.sites.uol.com.br/
Um comentário:
Marcia, que linda poesia! Cortante e densa. Conclusiva e que sustenta tantas perguntas. A imagem da Lucy ficou algo surreal difícil até de colocar em palavras. Contraditoriamente acho que seu trabalho desmente seus primeiros versos, já que suas letras são muito bem encontradas nesse vazio de voz que nos cerca, silêncio de poesia e apostas nos discursos. Mataram Deus e mataram Marx. Qual a vítima da vez? Fantástico, Márcia. Que precioso escrito.
Postar um comentário