no mundo, o meu lugar
esteve sempre ao pé de mim
sem que dele jamais me apercebesse
agora, sim, estou segura
de pertencer, a mim e a ele,
tudo quanto não encontrei fora
quer procurasse longe ou perto
bem no fundo
- ou a céu aberto -
estava lá, largado e esquecido,
num recanto qualquer, perdido,
o íntimo estranho que lá dentro mora
ele me diz: certeza!
certeza?, indago
com infantil alívio: obrigada!
mas sua voz fugidia e zombeteira
desse lugar que não existe, me responde
como um eco:
de nada... de nada...
`
2 comentários:
Que diálogo inusitado!
Entre você e um estranho íntimo.
Brincaram de esconde-esconde
até o encontro.
Com lugar marcado:
o seu!
Adorei.
Brincadeira séria:=)
No rigor da letra a intensidade do fragmento que sempre falta. E é bom que assim seja. Sem certezas. Na dúvida mínima, pontual, mas aberta ao infinito de vc mesma e, por que não? Ao infinito literário, poético. Grandes temas Márcia
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