terça-feira, 2 de junho de 2009

(des)espero




não era hoje que vinhas?
postei-me diante do mar
tantas horas diante das ondas
areias brancas cobriam-me os pés
o sal pentrando nos poros
e nada de ti, nada de ti...

quando era mesmo que vinhas?
tantos barcos aportando no cais
tanta nuvem, chuva boa
o vento esqueceu-se das velas
e veio fazer-me um carinho
e nunca teu rosto, nunca...

não me tinhas dito que vinhas?
colorido de sol nascendo
colorido de dia findo
lua branca sobre a água escura
era minha palidez se refletindo...

águas, nuvens, barcos, portos
meu tempo no mundo escoando...

só diante do horizonte
um a um desfiaram-se os dias...
tornei-me toda sal e areia
mas nunca vieste
sempre partias...
'

3 comentários:

Renata de Aragão Lopes disse...

Gostei muito, sobretudo do título - que já antecipa (duplamente) o anúncio dos versos! Um beijo.

meus instantes e momentos disse...

belo post. Muito bom.
Maurizio

Márcia Pinheiro disse...

O dia era de transbordamento.
Só sentir.