terça-feira, 8 de setembro de 2009

zoom



numa rua da cidade do país do mundo
a casa

no canto da gaveta do armário do quarto
a caixa

no coração cristalino envolto no papel de seda
a concha

espalhados pelas reviravoltas calcárias do antigo caramujo
o ser

pura espera
anseio estático

o momento feito eternidade

que chegue logo o sapo
o príncipe
que venha logo
a mordida ácida ou o beijo

qualquer movimento
que seja
que faça
liberdade

'
fonte da imagem:http://media.photobucket.com/image/molusco%20microscopia%20eletronica/philipe3d/bolamaluca.jpg

6 comentários:

Anônimo disse...

Ruim demais ficar e sentir-se presa à espera, à espera, de um olhar, de uma explicação, do amor chegar, permanecer ou passar...


Bjinhos
Boa semana

Marcelo Brañas disse...

Muito legal o visual do poema! Tanto a estrutura dos versos no papel, quanto as imagens que provoca na imaginação =]
Bjos.

BAR DO BARDO disse...

... agora fiquei meio vergonhoso de comentar... EU ADOREI!

Márcia, de onde vem tanta sensibilidade?

Demais, muito, mas nunca o bastante...

O detalhe na escolha das palavras e na quebra dos versos. Puxa...

ADOREI!

Ai...

Renata de Aragão Lopes disse...

Márcia,
apaixonei-me pelo começo do poema:

"numa rua da cidade do país do mundo
a casa

no canto da gaveta do armário do quarto
a caixa

no coração cristalino envolto no papel de seda
a concha"

Inspiração magnífica!
Um beijo.

Ps: saí do Estúdio,
mas permanecerei por aqui. : )

há palavra disse...

do grande ao pequeno
do dentro de fora
pro dentro por dentro -

a palavra guia.

bonito!

bons caminhos, abraços...

lírica disse...

Oi Moça:)
Que bonito teu poema!