na fruteira, bananas
lindas e plácidas
exibidas de seu amadurecimento
amarelo
fazem contraste ibérico
com o vermelho rubro
das maçãs sem pecado
na toalha branca
caprichoso richilieu engana a vista
e já não se sabe onde termina a sombra
e onde começa o bordado
a luz de fim de tarde
põe tons de rosa e alaranjado
na cozinha limpa
esvaziada
àquela hora apenas habitada
pelo cheiro do café
recém coado
(na sala, a mulher chora
mas sua dor e seu soluço
não caberiam no quadro)
lindas e plácidas
exibidas de seu amadurecimento
amarelo
fazem contraste ibérico
com o vermelho rubro
das maçãs sem pecado
na toalha branca
caprichoso richilieu engana a vista
e já não se sabe onde termina a sombra
e onde começa o bordado
a luz de fim de tarde
põe tons de rosa e alaranjado
na cozinha limpa
esvaziada
àquela hora apenas habitada
pelo cheiro do café
recém coado
(na sala, a mulher chora
mas sua dor e seu soluço
não caberiam no quadro)
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Imagem: Natureza Morta com Maçãs e Laranjas, Paul Cézanne
9 comentários:
Belo exercício poético... e de imaginação!
Quando nosso olhar é seduzido a ponto da profundidade do mergulho inverter a lógica da posse: possuímos o que nos possuiu...
Abraços, bons caminhos!
.
P.S.: em minhas aulas, vez por outra uso poemas para estimular o ver a arte - se um dia precisar, posso usar teu poema?
... o final é para me matar, é?...
você, márcia, me pegou direitinho...
posso dizer que adorei?!
Márcia,
andas especialmente inspirada...
Que poema magnífico!
Fico feliz por visitar teu espaço.
Um beijo.
Obrigada pelo comentário em meu blog ;)
Beijos no coração!!
que ternura de quadro!
um abraço
ela chora, a natureza é morta,claro.Gostei muito de sua poesia.
Eu sei anjo
Ai de nós se não fossem as ilusões...
Meu choro, minha dor, meu soluço, tbm não caberiam em quadro algum...
Bjinhos em Ti!
fantástica visão da "natureza morta" que não foi pintada no quadro e nem se esconde atrás do quadro.
Beo! bom! bom!
beijos.
aiaiai...lindo Marcia...aperto no coração...lindo....bjo
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