sábado, 22 de agosto de 2009

parca vida

é que nunca se sabe quando e como ela virá

é que, se pudéssemos, bem que escolheríamos
o por do sol, as ondas do mar
o abraço infinito do filho, do amor, do amigo

é que nunca se pensa que ela está aí, sempre à porta
surpresa prevista, vago aceno, ameaça constante
como, onde, que motivo, pouco importa
ela virá sem perguntas, fará absoluto o instante

e tudo o que nos é dado pedir, é que venha calma
que seja serena
sono contínuo, talvez com sonhos
sem dor, sem medo, sem despedida

doce Átropos
que traga um sorriso
enquanto nos corta o fio da vida

`

4 comentários:

há palavra disse...

Um tema difícil, abordado com uma sensibilidade franca.
Somos assim, humanos: seguimos desejando - a presença de Eros.
Abraços, bons caminhos...

BAR DO BARDO disse...

a fiação
nunca se esgota
no coração


bom, márcia!

byTONHO disse...

oamorte
amortetira

A vida é tão rara!

Beijos Marcia!

Renata de Aragão Lopes disse...

"é que nunca se sabe quando e como ela virá"

Sim...
Que venha calma, serena,
sono contínuo,
talvez com sonhos.

Leitura mais bela
que já vi sobre o tema!
Falou dela
tão suave
como a pedimos
que, um dia,
seja...

Que inspiração, Márcia!