e se me pusesse aqui agora
diante de tinua
a vergonha que nos envolveria
seria minha ou tua?
este corpo sou eu!
trago nele as cicatrizes do tempo
as pegadas da história
a nostalgia dos filhos dentro...
quero-o assim
remendado e imperfeito
um corpo que espelha a alma:
aqui um erro, ali um defeito...
desnudar-me para o mundo!
mostrar, exibir, não esconder
cada ponto que desafia
cada gordura transgressora
cada mancha, cada estria!
apropriar-me dessa almacorpo
fazê-la viver
conceder-lhe até o último momento
a benção
o direito
de ser fonte inesgotável
de prazer,
de arrebatamento...
`
fonte da imagem: http://on-the-moon.blogspot.com/2005/07/corpos-pintados-na-oca.html
3 comentários:
belíssimo grito de GENTE!
Márcia, stop?
Eu descarrilhei por esses versos e só parei depois de no stop umas 4 vezes. Que fluxo vc tem, moça!
Vi a vida indo leve e crua sem saber da surpresa, do susto. Vi o corpo nosso de cada dia, de cada vida sendo marcado pelo traço poético e a palavra sendo descarnada pra depois encarnar nessas imagens que vc cria com graça e rara destreza com as "teimosas". Incrível! Maria, disse tudo! Gritos e sussuros de GENTE!
Poxa!
Arrebatou-me para dentro do seu poema! Lindo
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