depois de muitas palavras
silêncio
sem fala
mutismo
há ecos que ricocheteiam das paredes
aos ouvidos
há vozes
frases, pragas, profecias, preces
bate um vento:
sons levantam
que estavam esquecidos
poeira velha
sob tapetes adormecidos
bate outro vento:
eles espalham
nuvem de ruídos
interferência
estática
corda partida
acordes invertidos
é preciso água
chuva-pranto que tudo lave
que leve embora
até o último fiapo
da letra desconjuntada
para que a alma fique limpa
leve
finalmente
no silêncio
aconchegada
silêncio
sem fala
mutismo
há ecos que ricocheteiam das paredes
aos ouvidos
há vozes
frases, pragas, profecias, preces
bate um vento:
sons levantam
que estavam esquecidos
poeira velha
sob tapetes adormecidos
bate outro vento:
eles espalham
nuvem de ruídos
interferência
estática
corda partida
acordes invertidos
é preciso água
chuva-pranto que tudo lave
que leve embora
até o último fiapo
da letra desconjuntada
para que a alma fique limpa
leve
finalmente
no silêncio
aconchegada
'
imagem: Andromeda, Salvador Dali
fonte da imagem: http://amweb.free.fr/andart/fr/txt/20_sur.htm
4 comentários:
Lindo, isto!
E a gente se lava e segue em frente, não só pra se sujar5 de novo, mas talvez a vida seja isto mesmo, né?
Esses ventos! Lindo poema. Ventos de palavras, sem poeira..aí sim.
Um daqueles empoeirados, secos acabou de me pegar numa esquina.
Grande Márcia
Adorei esse, Marcia. Ecoa com o hálito frio do esquecimento que bem conheço.
O silêncio da escuta que aconchega as frases, pragas, profecias e preces. Escuta espelho
Gostei muito deste Depois....
Postar um comentário