segunda-feira, 16 de março de 2009

G(h)OST(o)S


nas paredes impregnadas
o som dos gritos
a aspereza das palavras
a sombra dos gestos indelicados

nos cantos, nos vãos, nos batentes
o cheiro acre que da ira se desprende

na desordem das coisas foram se perdendo
rascunhos de afeto
tentativas de carinho
desencontro de desejos

numa caixa mal cuidada
em meio a papéis velhos e inúteis recibos
pedaços de um amor menosprezado
que morreu recém-nascido

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Um comentário:

Beatriz disse...

Esses amores que, de repente, viram fantasma . Muito forte, verdadeiro e dolorido.
Sei bem desses g(h)ost(o)s.
Genial