para meu filho, Ulysses
que tanto quê tem esta língua!
por que tanto porquê
a confundir quem escreve
quem se atreve
até quem lê?
por que separado junta
quando responde
porque sim
ou talvez
ou porque não aguento?
por que regra esquisita
no fim da frase
sem quê nem porquê
o diabo do quê tem que ter acento?
- Por que eu tenho que saber isso, mãe?
Gramática não serve pra nada...
- Menino, sua língua é sua pátria...
língua doce, tem saudade, tem mestiço
mameluco alvar na antropofagia inventada...
língua viva, movediça, ganhou letras, perdeu trema
última flor, que seja inculta
nem por isso menos bela
não há recorte de mundo
mais lindo que o dela!
`
4 comentários:
Mt legal. Obrigado.
Língua mãe!!;))
Veio-me na hora também:
língua-mãe! (risos)
Belíssimo poema:
"não há recorte de mundo
mais lindo que o dela!"
Subscrevo!
Um beijo.
Oi, Márcia!
Adorei esse poema! Muito bom! Poesias, hein! Que maravilha, que frescor!
Um abração,
Carol Psiquiatra
Postar um comentário