sexta-feira, 31 de julho de 2009

soneto

quase longe é já tão perto,
que estende a mão e toca
o outro rosto, a pele, a boca
a alma pronta, o peito aberto

sem saber se fica ou corre,
a liberdade do gesto estanca
a vida pára, o coração tranca
o amor estático na etérea torre

entre os corpos, oceanos
almas juntas, no entanto,
fazem muito, fazem tanto

que o tempo retrocede em anos
e o instante do toque recupera
- ressuscitado, o amor espera

`

3 comentários:

BAR DO BARDO disse...

Muito bom.

De lirismo exagerado, do jeito que eu gosto.

Fico feliz por ter incomodado o seu espírito literário.

Parabéns, Marcia Szajnbok!

RUBENS GUILHERME PESENTI disse...

nossa, outro dia foi a descoberta do Henrique (bar do bardo) fazendo sonetos, agora você.
gratas presenças nesses blogs tão assépticos.
nossa, e ainda por cima é corintiana... o que mais posso querer? rs rs rs rs...

super beijão, menina... voltarei

Renata de Aragão Lopes disse...

"entre os corpos, oceanos
almas juntas, no entanto,
fazem muito, fazem tanto"

Lindo!
Declarei-me contaminada,
como você,
pelo vírus "pimentus maleguetus". (risos)

Um beijo e bom domingo!