era escuro e não sabia
onde a estrada
onde o abismo
e nem mesmo se havia
um caminho para andar
tão escuro
tudo quieto
tudo imóvel
paralítico
mas a pulso
prosseguia
apesar do susto
apesar do medo
passo a passo
devagar
tecia a história
fazia o enredo
e da descrença de que podia
constatou, com alegria,
no horizonte a claridade
entre o terror e a surpresa
descobriu à luz do dia
que, por destino ou por sorte,
depois de toda aquela morte
pulsava um corpo:
algo vivia
`
Um comentário:
Sua poesia é tão generosa, Márcia.
Entre tudo e tanto: pulso, morte,
corte, medo, susto e escuro o poema
no horizonte.
Gosto muito
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