luzes
teus olhos
que brilham
de mar e de estrelas
percorrem-me a pele
me buscam, me despem
fico
um pouco escondida
à espreita, à espera
do gesto, da vinda
do bote
da fera
faminta
*este formato é um blavino, uma criação dos amigos Volmar Camargo Junior e Juliana Blasina que, em noites insones, inventaram um soneto assim constituído - número de estrofes: 7; numero de versos: 13, distribuídos a partir dessa sequência: 1-2-3-1-3-2-1; tamanho dos versos: o objetivo é que o poema comece e termine com uma palavra, e que vá "aumentando" até chegar ao verso-estrofe central. Desse modo, o poema deveria ter o formato de uma pirâmide. O meu, entretanto, saiu com um formato de abismo. Nada que o sono e o inconsciente não expliquem...
imagem: Paul Newman e Elizabeth Taylor em cena de Gata em Teto de Zinco Quente (Cat on Hot Tin Roof, 1958), baseado na peça homônima de Tenessee Williams
2 comentários:
E, inconscientemente (será?), criaste uma variante ao blavino: o blavino szajnbok... rsrsrs
Delicado o poema.
E hilário o seu comentário (soneto abismo)! rs
A forma dificulta, realmente, a elaboração de um texto. Não bastasse a escolha das palavras e daquilo que se quer transmitir, tudo isso ainda tem que caber perfeitamente em um molde previamente definido. Por isso, persista, Márcia!
Quanto ao meu blavino, pretendo publicá-lo no blog por esses dias. Aguardo apenas a "autorização" do Volmar! rs
Um abração.
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