vejo o dia
claro e azul
e sou eu
azul e clara
vejo o mundo
ensolarado
vaga minh'alma
revigorada
sinto o tempo
que me atravessa
sou eu que pulso
no pulsar do tempo
só não vejo o mar
que está longe
mas ainda assim
sou eu toda água salgada
(deparo-me, atônita, com uma dessas transparências
um desses poros inesperados
que abrem um caminho infinito de sentidos
e ao mesmo tempo
calam em nós
como um ponto)
'