domingo, 25 de julho de 2010

pântano


a areia é movediça e prende os pés

os pés presos na areia movediça

se debatem em vão

os braços

braços inúteis na imobilidade

a areia é movediça e aperta o peito

o ar não entra nos pulmões restritos

tudo murcha

a vida murcha

a vontade murcha

o sonho morre

asfixia

na areia movediça

a vida perde-se

em vão

o corpo imóvel desespera

onde só a areia movediça

move

vive

engole, vampira, as almas incautas

em corpos envelhecidos


imagem: o sono da razão, francisco goya

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PoeticaMente - Ano 3

Nesta última semana, o PoeticaMente completou seu segundo ano de existência. Nesses vinte e quatro meses, publiquei textos meus e de autores que me fazem amar ainda mais a literatura. Nem sempre consegui manter uma frequência regular de publicações. Nem todos os textos que publiquei me parecem, hoje, bons. Entretanto, não farei retoques. Que este blog represente o modo como vejo a vida: ela segue, nem sempre bela, nem sempre limpa, nunca perfeita... apenas segue, o que, afinal, é a melhor das hipóteses!

Aos que têm me acompanhado nesse percurso, obrigada! Aos que estão chegando, sejam bem-vindos!

Sigamos, então, que navegar é preciso.