segunda-feira, 28 de maio de 2012

ZERO


estreito
a luz é pouca
há neblina
o som tão vago
sem sentido
a voz mais rouca

vertigem, vertigem
abismo infinito
do universo do avesso
ecoa o grito

tudo escuro
muito escuro
sem lado, sem cima, sem baixo
sem antes
nenhum futuro
tempo estático

agora apenas
sempre o mesmo
sem destino
voa a esmo
talvez corpo
talvez pouco
tudo morto