domingo, 25 de março de 2012

SECA


algo dentro liquifica
escorre na parede do corpo
umidade chama hera
cria mofo
infiltra muda

água iridescente
e salgada
flui da pele
cai dos olhos
encharca a alma despovoada

fluido vivo
sangue fértil
a terra morta desnuda
há tanto tempo devastada

em pleno líquen, flora
cercada de sombra
ninféa antiga
meio disforme
já desbotada

avesso da vida