eles não sabem nada
não sabem nada de nada
e, como não chegam a ser sócrates,
não conseguem saber sequer
do quanto é o seu não saber
ingênuos fiéis, eles crêem
no mais prosaico dos enganos:
o limite do mundo é aquilo que vêem...
esquecem que do outro lado do direito
há o torto, o injusto, o canhoto
mas há também o avesso e o mal-feito
e que entre a miragem e o oásis
há sempre deserto o bastante
para que morram ressequidos
todos os cactos
todos os camelos