deviam ser sempre leves os toques
asa de borboleta
papel de seda recortado
bolhas de sabão
leves e semi-transparentes
translúcidos em tons pastel
suaves e mansos
espuma na areia
deviam ser ternos e calmos
e longos e quentes
e doces e tantos...
deviam vir musicados os toques
dedilhado em síncopas
vago piano
"Minha liberdade é escrever. A palavra é o meu domínio sobre o mundo." Clarice Lispector
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
NIGHTMARE
um pé, depois o outro
eles seguem
cegos que são
às armadilhas do percurso
um pé, depois o outro
não olhe agora
que a ponte pende e o abismo é fundo:
há pântano
e bocas abertas
há visgo
e do escuro ecoam sons inomináveis
os olhos traem
trazem das sombras
eles seguem
cegos que são
às armadilhas do percurso
um pé, depois o outro
não olhe agora
que a ponte pende e o abismo é fundo:
há pântano
e bocas abertas
há visgo
e do escuro ecoam sons inomináveis
os olhos traem
trazem das sombras
o vulto da morte
sedutora
fingida de mãe sempre pronta ao abraço
um sussurro:
um pé, depois o outro
fingida de mãe sempre pronta ao abraço
um sussurro:
um pé, depois o outro
(a palavra tão sólida... podia tomá-la nos braços!)
há o dia
o corpo pulsa
no olhar se reflete o horizonte
imagem: the equilibrist, romero-leo
fonte da imagem: http://romero-leo.deviantart.com/art/The-equilibrist-140631825
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