sem peso, sem som, sem dias
viver livre como se cada vida
fosse nada mais que uma rua
sem começo, sem fim, sem esquinas
viver apenas o instante
a reta ou a curva que os passos
traçam, aleatórios, adiante
viver no mundo da lua
sem gravidade, sem quedas
soltar o corpo e o riso
lunaticamente liberto
esparso como pó
pelo universo