tenho saudades das certezas
absolutas de minha juventude!
saudades de mim, crente da solidez
das consistências, do saber
o tempo não marca de rugas só a
pele!
enrugadas, as certezas-passas
esfarelam
viram pó, desintegram
onde antes havia sempre razão,
hoje duvido
não sei de nada
nem sei bem do que não sei
no lugar vazio das certezas,
brota uma flor sem nome
colorida em aquarela
papel de seda quase transparente
doce e rara flor do tempo
que tinge a vida com pinceladas de
delicadeza