sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

PIANO SÓ(NETO)




sons puros tintos de preto e branco

escancaro diante deles as janelas da alma

deixo que venham, que entrem, que passem

pelos meus mais escuros cantos


notas noturnas, acordes perfeitos

me iluminam na aurora antecipada

aquecem o que em mim já quase morria

de frio, solidão, incerteza ou medo


vibrações leves, trinados, legatos

dedos mágicos sobrevoam o teclado

espuma suave que avança scherzando


melancólico piano que me habita

grita ao mundo minha dissonante melodia

antes que rebentem as cordas do desejo


`

Um comentário:

Renata de Aragão Lopes disse...

Márcia,

que delícia retornar aqui
e me deparar com um soneto!

Um abraço,
Doce de Lira