as mãos na terra
como raízes
desarvorada procura
amarra
âncora
bola de ferro, grade ou corrente
(meu deus, salvai-as!)
pobres mãos sem corpo
sem tato, frias
ovelhas negras
e desgarradas
retalhos, restos
que, decepadas, nem são mais mãos...
despedaçadas
são carne viva amortecida
já foram laço
não são mais nada
de remo e velas destituídas
são naus de náufrago
sós
e à deriva
'