quarta-feira, 19 de outubro de 2011

MAR



o mundo é o mar

sou eu o grão de areia

solta e sem sentido

vagando à deriva

ou lançada às pedras

na maré das palavras


o mundo é o mar

sou água, sou sal, sou nada

sou uma voz que ecoa

o ruído das ondas

em conchas secretas


o mar é o mundo

o mar é vida eterna

é depósito de lembranças

de cartas, de sonhos, de danças


o mar é o mundo

e queria eu ser azul ou verde

sem corpo, sem forma

mero espelho de luz

do sol ou de olhares


a vida é o mar

a morte é o mar

todo o resto é reflexo

ilusão de ótica ou delírio

que preenche os vãos secos

a aridez pétrea

das existências desérticas


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3 comentários:

Unknown disse...

É lindo querer ser uma cor!!!
Dá para fazer muitas "viagens" com esta ideia! Beijos

Mariana Waldow disse...

marcia este me tocou forte...aff como pisciana e ser humano me senti obrigada a te dizer, tua poesia tem poder. a sutileza do mar...neste caso...a paz do sonho da paz...

Alex Cerveny disse...

ei Marcia, achei bem musical, fiquei tentando imaginar uma melodia para o Mar! bjs