procuro desimportâncias
e, do fundo da gaveta empoeirada, eles emergem:
os sorrisos!
ah... tanto tempo sem vê-los, tanto tempo...
como?
estiveram sempre aqui
têm estado sempre em mim
vejo-os no espelho
nas sombras do adormecer
nos sonhos
no lapso que o olhar produz
quando um rosto estranho
parece-me subitamente tão familiar
em meio à multidão quase homogênea...
os sorrisos e os olhares:
vejo-os
mas o que me falta, mesmo,
o que me falta cotidianamente
o que dói de tanto que falta
são os sons
são as vozes:
suas vozes familiares, doces, macias
chamando-me em tons diversos
sempre queridas
'