quarta-feira, 19 de maio de 2010

outono

um pouco frio
um tanto cinza
dia baço, casmurrento

não sei se quero
não sei que faço
lá fora chove
eu seco por dentro

palavras nubladas
deixam-me, fogem...
melhor é soltá-las
que vaguem ao vento!

como pedra, resto
um pouco perplexa
dessa mudez calma

como água, fluo
sem porto, sem nexo
o outono na alma

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quarta-feira, 5 de maio de 2010

sem


ausência é nada

e ainda tudo
buraco sem fundo
escuro e mudo
sem tempo e eterno
o agora confunde
nunca mais para sempre
inesgotável murmúrio

ausência é só
ausência é onde?
é fome, é pó
na estrada infinita
onde a procura avança
é sempre mais longe
ali nunca está
no vasto vazio
o eco responde:
desesperança

ausência é fim
é o último ponto
dentro de mim

ausência é a morte do sonho


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fonte da imagem:http://deltacat.blogs.sapo.pt/arquivo/original_empty_room.jpg