quinta-feira, 11 de junho de 2009

esconde-esconde

no mundo, o meu lugar
esteve sempre ao pé de mim
sem que dele jamais me apercebesse

agora, sim, estou segura
de pertencer, a mim e a ele,
tudo quanto não encontrei fora
quer procurasse longe ou perto

bem no fundo
- ou a céu aberto -
estava lá, largado e esquecido,
num recanto qualquer, perdido,
o íntimo estranho que lá dentro mora

ele me diz: certeza!

certeza?, indago
com infantil alívio: obrigada!

mas sua voz fugidia e zombeteira
desse lugar que não existe, me responde
como um eco:
de nada... de nada...

`

2 comentários:

Renata de Aragão Lopes disse...

Que diálogo inusitado!
Entre você e um estranho íntimo.
Brincaram de esconde-esconde
até o encontro.
Com lugar marcado:
o seu!

Adorei.

Beatriz disse...

Brincadeira séria:=)
No rigor da letra a intensidade do fragmento que sempre falta. E é bom que assim seja. Sem certezas. Na dúvida mínima, pontual, mas aberta ao infinito de vc mesma e, por que não? Ao infinito literário, poético. Grandes temas Márcia