quarta-feira, 15 de outubro de 2008

vendaval


marcia szajnbok


mais mais mais
e tanto e com tal fúria
que tudo varre
tudo leva derruba arrasa
um vento um sopro
que devasta
em rodopio minha vida arrasta
e cega da poeira e do cansaço
rarefeito meu corpo
sou pedaço
não caminho
sou levada
solta e a cada passo
um tropeço
num soluço
a solução que já não busco
sou apenas
sem adjetivo e advérbio
sem mais nada
matéria pura
nua

tua

no meio do caos urbano
minúsculo
inseto transparente
que esvoaça
em plena rua

`

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