Marcia Szajnbok
queríamos sempre reter o primeiro encontro
o primeiro olhar, o sorriso, aquela dança...
queríamos segurar o tempo
segurar-nos, um ao outro e aos instantes
mas os dias nos empurram, a vida segue
e tudo que hoje existe, amanhã será lembrança...
então nos perguntamos
depois de tudo, depois de tanto
que fazer com esse amor extemporâneo
que alegra, traz prazer, dói e causa espanto?
queríamos, ah como queríamos...
mas não soubemos bem como querer
nem o quando, nem o onde, nem porquê
e nos perdemos nas esquinas do silêncio
insuspeitos que no outro sempre houvesse
a brasa leve, a chama pronta a reacender...
e então nos questionamos
depois de quase, depois de nada
onde guardar esse eterno momentâneo
que se desfaz, poeira em manhã enevoada?
tua promessa estará sempre
em preciosa caixa bem mantida
quem sabe venhas, quem sabe fiques
quem sabe um dia nos dê a vida...
fonte da imagem: http://i161.photobucket.com/albums/t224/marryannpopcorn/black-and-white.jpg
Um comentário:
a beleza da poesia é que sua linguagem é por natureza internacional, sem fronteiras, sem idade, sem gênero, sem preconceitos.
esse espelho que se cria através de palavras, espelhos da alma.
visitei minha alma com tuas palavras!
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