Marcia Szajnbok
Um barco solto vai,
Navega à deriva no mar.
Onde irá?
Por que águas?
Que distância percorrerá?
Um dia aporta.
Uma praia, uma pedra,
Uma onda mais forte
Ou o vento...
Qual o mistério?
O que o tolhe em seu movimento?
Parado, preso, invadido de água e seres
Aprende a olhar, observa habitantes
Perplexo descobre vida ao redor...
Mas os dias passam
Vai-se o sol, vem a lua
E nada muda, nada acontece
Nenhuma surpresa abala a calmaria dos instantes.
De súbito, numa noite sem estrelas
É liberto da areia:
Vaga musica
Perfume encantado
Vai, livre, o barco tocado por uma sereia.
De volta às águas
Sem rota ou rumo
Há de vagar sempre à procura
Do contato único da moça inexistente
Que sonhou sentir naquela noite escura...
O tempo passa
Jamais a encontra
Qual navio fantasma por séculos navega
E reaparece de quando em quando
Na aurora fria em que se ouvem cantos
No horizonte enevoado das manhãs de inverno.
fonte da imagem:http://www.bbc.co.uk/devon/content/images/2006/07/12/creola_430x315.jpg
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