Marcia Szajnbok
Pássaros,
Os pensamentos seguem
Livres
Atravessam paredes
Sobrevoam cidades
- lá de cima tudo fica tão pequeno!
Só o mar é sempre grande
- o mar é mesmo imenso!
E para quem a busca da praia,
A linha do horizonte
Dá sempre um passo atrás
Foge do tato
Teme o toque.
Haverá talvez um ponto
Em alguma coordenada desconhecida
Onde um pássaro-pensamento
Possa alcançar um corpo-horizonte.
Haverá talvez um instante
- ou ainda menos,
um fragmento infinitesimal de tempo -
Quando dois, serão um
E nesse um caberá o mundo
E a eternidade caberá nesse segundo.
Nesse ponto a física subvertida
Se renderá à libertação
De uma neo-dimensão
Amorosa
E desmedida.
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