terça-feira, 23 de setembro de 2008

fardo

Marcia Szajnbok

ásperas memórias
arranham sonhos e idéias
machucam a boca
nem chegam a ser ditas

dúvidas inundam
afogadas, as palavras
estertoram e se misturam
criam nova língua incógnita

(nunca mais direi: te amo?)

entre o branco e o preto
toda a gama do arco-íris
se projeta dos meus olhos
mas só o que vejo
é engano
é engodo ou já passou

então
no que, nisto que me resta
de futuro,
poderei crer
eu, a descrente?

para quem
ou para que
ou aonde
hei de levar meu coração
descolorido
frio
e silente?

2 comentários:

Anônimo disse...

quem escreve tão bonito não tem um coração descolorido, frio e silente.
A beleza das tuas palavras provam o contrario

Anônimo disse...

marcia,

o anonimo encantado com tuas palavras sou eu
Celso